Política
Na bolsa de apostas, existe ainda o PMDB, e o PDT também ganha força como destino
Por David Mendes
Publicada em 09/06/2015 07:33:40
As especulações sobre o destino político
do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), após o encerramento das
discussões entre DEM e PTB sobre uma possível fusão, crescem a cada dia.
Na bolsa das apostas não faltam legendas de peso, como o PMDB e até
mesmo o PDT. Porém, a novidade fica por conta de caciques do PSB, que
tende a fundir com o PPS, já falarem abertamente sobre o desejo de
atraí-lo para o ninho socialista. Trata-se do vice-presidente nacional
da sigla, Beto Albuquerque, ex-candidato a vice-presidente da República
na chapa de Marina Silva nas eleições presidenciais do ano passado.
Conforme a Revista Época, Albuquerque já teria, inclusive, consultado a
presidente da sigla na Bahia, senadora Lídice da Mata, que estaria
resistente em dividir a legenda com Neto.
Na semana passada, a senadora informou não crer na possibilidade já
que “seria uma coisa tão fora de propósito”. A reportagem tentou ouvir
Lídice, mas até o fechamento não foi possível. Vale ressaltar que Lídice
chegou ao evento do PT acompanhada do ex-governador e ministro da
Defesa, Jaques Wagner (PT), que tem trabalhado para que ela dispute pelo
PSB a prefeitura de Salvador no ano que vem. A estratégia dos petistas é
minar todas as possibilidades de fortalecimento de ACM Neto no pleito
do ano que vem, o que lhe impulsionaria para a inevitável disputa contra
Rui Costa, em 2018.
Porém, não para por aí. No cardápio partidário que tem à disposição,
existe ainda o PMDB, que seria o mais competitivo para atrair o prefeito
da terceira maior capital do País. O presidente estadual do partido na
Bahia, Geddel Vieira Lima, já afirmou que as portas estariam abertas
para o prefeito, e até o presidente nacional do partido, o
vice-presidente da República, Michel Temer, já teria sinalizado
positivamente para a assinatura da ficha de filiação. O problema é que o
PMDB baiano permaneceria como está, o que seria um entrave para ACM
Neto ter que ser regido pela batuta dos Vieira Lima.
Outro partido de interesse de ACM Neto seria o PDT, comandado na
Bahia pelo aliado, o deputado federal Félix Mendonça Jr.. Mendonça Jr. e
o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL), deputado Marcelo
Nilo, protagonizaram uma ferrenha disputa pelo comando da sigla. Félix
quer manter o PDT ao lado de Neto. Já Nilo queria levá-lo de volta para
os braços de Rui Costa, que rompeu com Félix Mendonça Jr. e demitiu a
secretária de Agricultura Fernanda Mendonça, indicada pelo parlamentar
pedetista. Há quem diga que a prorrogação do mandato de Félix na
presidência até setembro e o anúncio da saída de Nilo do partido estaria
relacionado à entrada de ACM Neto no PDT, o que minaria os projetos de
Nilo no partido. Inclusive, Nilo cobrou ao presidente Nacional, Carlos
Lupi, reconhecimento pelo que se considera também uma força política no
estado.
É fato que a mudança para uma legenda com tempo maior de TV é
necessária para garantir uma candidatura mais fortalecida no campo
político, nas eleições de 2016 quando ACM Neto disputará a reeleição e
deverá ter como concorrentes uma coalizão com partidos que integram a
base do governador Rui Costa (PT) ou candidaturas pulverizadas com
postulantes dos partidos ligados ao gestor petista.
Uma vitória no pleito municipal carimbaria o aval dos eleitores da capital baiana para que ACM Neto disputasse o governo da Bahia em 2018, daí a necessidade de fortalecimento do principal nome da oposição ao governo petista no estado.
Uma vitória no pleito municipal carimbaria o aval dos eleitores da capital baiana para que ACM Neto disputasse o governo da Bahia em 2018, daí a necessidade de fortalecimento do principal nome da oposição ao governo petista no estado.
O presidente estadual do DEM, o deputado federal José Carlos Aleluia,
já admitiu que o correligionário deve deixar a sigla, com o aval dos
democratas, já que o futuro político de ACM Neto seria maior que a
agremiação. Contatado, o prefeito ACM Neto informou, através de sua
assessoria de imprensa, que não iria comentar sobre as especulações em
torno do seu futuro político. As incertezas e mistérios deverão rondar
as mentes dos eleitores baianos pelo menos até o final de setembro.
Apenas uma coisa já é dada como certa: o prefeito ACM Neto é quase um
ex-democrata.
Tripé ex-petista em Salvador seguirá prefeito no novo partido
Que o prefeito ACM Neto não disputará a reeleição em 2016 pelo DEM
isso não seria nenhuma novidade, principalmente após o naufrágio da
fusão com o PTB. A novidade é o novo partido que o gestor soteropolitano
e principal nome hoje da oposição no estado irá e com ele arrastar uma
legião de aliados, sejam correligionários, lideranças da capital baiana
filiadas a outras legendas, e até lideranças e políticos sem filiação
partidária no momento, como é o caso do tripé de ex-petistas, os
vereadores Henrique Carballal e J. Carlos Filho, recentemente expulsos
do PT, e o ex-deputado J. Carlos, que deixou no início do ano o Partido
dos Trabalhadores, agremiação que ajudou a fundar na Bahia.
Sem espaço no governo Rui Costa (PT) e insatisfeito com a desatenção
que recebeu do PT nas eleições de 2014 quando recebeu 30,7 mil votos,
mas insuficientes para garantir uma cadeira na Assembleia Legislativa da
Bahia, J. Carlos levou para o colo de ACM Neto a sua forte liderança
entre os rodoviários de Salvador, categoria considerada de peso na
capital baiana. De brinde, o ex-petista ofertou ao democrata, que o
nomeou seu assessor especial na prefeitura, mais uma cadeira na sua base
de sustentação na Câmara Municipal, com J. Carlos Filho. O primogênito
deixou a bancada de Oposição após deixar o PT, liderada atualmente pelo
petista Luis Carlos Suíca, que quase também desembarcou da nau petista,
mas foi contido a tempo.
Já Henrique Carballal, antes de ser expulso dos quadros do PT de
Salvador, rebelou-se e passou a votar favoravelmente a projetos do
prefeito ACM Neto na Câmara Municipal, enquanto seus pares da Minoria na
Casa seguiam em caminhos contrários. Antes de ser expulso do PT, e já
frequentador da cozinha de ACM Neto, Carballal foi quem articulou os
diálogos de Neto com J. Carlos.
“Estamos aguardando o término da reforma política para tomarmos uma decisão de qual partido vamos ingressar”, disse à Tribuna o vereador J. Carlos Filho, que admitiu a possibilidade de seguir o prefeito ACM Neto, independentemente do partido, seja PMDB, PSB ou até o PSDB. “Primeiro a reforma, depois disso vamos estudar e vamos analisar o que vai ser melhor para agente”, esquivou-se o edil sobre a possibilidade de pousar em ninho tucano. A reportagem tentou contato com o vereador Henrique Carballal e com J. Carlos, mas os políticos não atenderam e nem retornaram as ligações até o fechamento.
“Estamos aguardando o término da reforma política para tomarmos uma decisão de qual partido vamos ingressar”, disse à Tribuna o vereador J. Carlos Filho, que admitiu a possibilidade de seguir o prefeito ACM Neto, independentemente do partido, seja PMDB, PSB ou até o PSDB. “Primeiro a reforma, depois disso vamos estudar e vamos analisar o que vai ser melhor para agente”, esquivou-se o edil sobre a possibilidade de pousar em ninho tucano. A reportagem tentou contato com o vereador Henrique Carballal e com J. Carlos, mas os políticos não atenderam e nem retornaram as ligações até o fechamento.
O Plenário da Câmara dos Deputados continuará as votações esta semana da reforma política por temas.
Deverão ser analisados textos sobre duração dos mandatos; eleições
municipais e gerais no mesmo dia; cotas para mulheres; voto facultativo;
data da posse presidencial; e federações partidárias, entre outros
assuntos. Nas primeiras votações, os deputados federais decidiram manter
o atual sistema proporcional de eleição de deputados e vereadores e
acabar com a reeleição para chefes do Executivo. (DM)
http://www.tribunadabahia.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário