quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

DIRETORIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE FAZ ALERTA SOBRE O CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Texto: Ascom TJBA
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Pesquisas sobre o consumo de álcool e drogas são feitas com frequência e todas apontam sempre para uma mesma realidade: números cada vez mais elevados. Atenta a essa situação, a Diretoria de Assistência à Saúde (DAS), em parceria com a Assessoria de Comunicação Social (Ascom), conversou com a médica Psiquiatra Clarissa Távora.
Antes de tratar da problemática em si, é preciso, no entanto, compreender sua origem. O consumo do álcool, por exemplo, começa bem cedo. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016, 55% dos alunos do 9º ano, entre 13 e 14 anos, já experimentaram bebida alcoólica.
O mais alarmante é que, conforme levantamentos, em 50% dos casos, a primeira dose é consumida em casa, com a conivência dos pais. O ambiente familiar é, portanto, um grande fator de influência.
O indivíduo está sujeito ainda às influências do meio social, que o torna vulnerável e o expõe a diversas situações relacionadas ao uso de drogas, lícitas e ilícitas. A família, neste momento, representa um valioso apoio, especialmente para aqueles que já se encontram em condição de dependência.
A verdade é que tendemos a achar que temos o controle. O limite entre o uso e o abuso, entretanto, é tênue e, por isso, é preciso atenção quanto aos primeiros sinais de que aquele hábito está se tornando algo prejudicial. Além disso, é importante reconhecer a hora de pedir ajuda.
Vale lembrar que o consumo de álcool e drogas vai além do comprometimento da saúde. Os excessos implicam em outras muitas consequências, como por exemplo, indisciplina com compromissos e envolvimento em acidentes de trânsito. A Organização Internacional do Trabalho aponta que de 20 a 25% dos acidentes de trabalho envolvem pessoas dependentes de álcool ou de outras drogas.
A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) do IBGE, publicada em 2016, aponta que 21,4% dos jovens brasileiros já sofreram algum episódio de embriaguez na vida. Além disso, desses jovens, 13,4% já tiveram problemas com família ou amigos, faltaram às aulas ou se envolveram em brigas por causa do álcool.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de bebida alcoólica chegou a 8,9 litros por pessoa no Brasil em 2016, superando a média internacional, que era de 6,4 litros. Dados da OMS apontam ainda que o álcool mata, todos os anos, 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo, número que representa 5,9% das mortes.
No que diz respeito, especificamente, ao uso de drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume, ecstasy etc), a PeNSE divulgada em 2016 mostra que houve aumento no percentual de estudantes do 9º ano que já experimentaram, passando de 7,3% em 2012 para 9,0% em 2015. A proporção dos jovens que já experimentaram drogas ilícitas subiu de 230,2 mil para 236,8 mil.
Como explica a médica Clarissa Távora, não há um perfil específico relacionado ao consumo de álcool e drogas. Geralmente, jovens do sexo masculino compõem a maior parcela. Contudo, as mulheres também já somam um grande percentual, que cresce cada vez mais.
Para quem já ultrapassou a linha do uso e começou a perceber os sinais do abuso, a especialista incentiva a não ter medo ou vergonha de pedir ajuda.
Já sobre o tratamento, Távora ressalta a importância do acompanhamento multidisciplinar.

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