quinta-feira, 4 de abril de 2013

Apparecido apresenta documento, desmente João Bosco e diz que deixou R$ 15 milhões nas contas da Prefeitura de Teixeira de Freitas. E agora João?

Por Ronildo Brito
Como já havia adiantado o Teixeira News o ex-prefeito de Teixeira de Freitas, Apparecido Rodrigues Staut (PSDB) resolveu quebrar o silêncio e apresentou à Câmara Municipal de Vereadores um documento assinado por ele, pelo tesoureiro da época Eduardo Gonçalves da Silva, além do contador Carlos Alberto de Jesus.
O relatório de receita e despesas da Prefeitura Municipal foi protocolado na Câmara de Vereadores de Teixeira de Freitas e especifica recursos totais na ordem de R$ 15.156.735,40, divididos em R$ 4.043.767,80 na conta central do município, R$ 6.124.595,48 na conta da Secretaria Municipal de Educação e outros R$ 992.930,33 na Secretaria de Saúde. No mesmo documento o ex-prefeito Apparecido Staut ainda relata outros recursos na ordem de R$ 3.965.441,79 repassados pelo Ministério da Saúde ao Fundo Municipal de Saúde, que apesar de ser referente ao mês de dezembro, com entradas nos dois dias 28 e 29, porém só lançado nas contas da Secretaria Municipal de Saúde no início de janeiro de 2013.
O ex-prefeito Apparecido Rodrigues Staut (PSDB) ainda apresentou à Câmara Municipal de Vereadores o que deixou como restos a pagar, sendo R$ 297.488,72 na conta geral, R$ 404.335,56 na Educação e R$ 2.252.006,23 na saúde. Sendo assim o ex-gestor assegura que deixou em caixa um saldo positivo superior a R$ 12,2 milhões, descontadas todas as despesas à disposição do novo prefeito João Bosco Bittencourt (PT).
Na manhã de terça-feira, do último dia 15 de janeiro, o prefeito recém empossado João Bosco e os principais nomes do seu primeiro escalão convidaram os meios de comunicação da cidade, quando anunciaram as primeiras ações básicas da gestão e mostraram um suposto rombo milionário deixado pelo ex-prefeito Apparecido e desmentiram o saldo superior a R$ 10 milhões que teria sido deixado pela ex-gestão.
Pelos números apresentados pela nova administração, além de supostamente não existir saldo algum, no total a Prefeitura estaria devendo cerca de R$ 9 milhões, principalmente a fornecedores dos setores de saúde e educação. “Além das dívidas, o que torna a nossa situação muito complicada, estamos com um déficit mensal na saúde de R$ 1 milhão. Precisamos encontrar uma saída para equilibrarmos essa conta”, relatou na época João Bosco, ao lado do secretário municipal de saúde, Marcos Pinto, sobrinho do ex-deputado federal Uldurico Pinto.
Como base nessas declarações o prefeito João Bosco (PT) decretou à revelia da Câmara de Vereadores um Decreto Emergencial por 90 dias no município de Teixeira de Freitas e passou esses três meses contrariam as leis brasileiras e comprando produtos e serviços sem licitação. Nesse período a arrecadação municipal aproximou-se de R$ 50 milhões.
Desde essa época que surgiram boatos na cidade de Teixeira de Freitas sobre uma possível irritação do ex-prefeito Padre Apparecido, quando o mesmo confidenciara a amigos próximos que iria mostrar para a população teixeirense os números e comprovar de uma vez por todas o saldo milionário que João Bosco recebera para iniciar a sua administração.
Prefeito João Bosco durante coletiva à imprensa quando anunciou rombo milionário, o que culminou no Decreto de Emergência
Além do documento ser protocolado na Câmara Municipal mostrando a situação financeira do município em 31 de dezembro de 2012 o balancete com o saldo milionário foi lido no plenário do Poder Legislativo durante a sessão desta última terça-feira (4) pelo vereador Aílson Cruz (PSDB), fato que gerou constrangimento entre os membros da bancada de sustentação a João Bosco.  “Aqui estão documentos que o ex-gestor publica, mostrando que ele deixou, aproximadamente, R$ 15 milhões nos cofres públicos. Então, se existiu esse dinheiro, peço urgentemente que instalemos uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para sabermos onde foi parar, e por que o atual gestor solicitou o estado de emergência”, discursou.
E o debate prosseguiu: “Eu, particularmente, não acredito em Apparecido Staut (PSDB), mas, se realmente existiu esse dinheiro, não podemos tomar outra atitude a não ser entrar com uma representação no Ministério Público e apoiar a instalação da CPI”, afirmou o vereador Ariston Pinheiro (PP).
Aguarda-se para os próximos dias um pronunciamento oficial do prefeito João Bosco, já que há uma disparidade muito grande entre o documento apresentado pelo ex-prefeito Apparecido e o que disse o atual chefe do executivo durante entrevista coletiva dada aos órgãos de imprensa no último mês de janeiro.

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